A idade mental do nosso armário.
Considero-me uma pessoa que viveu cada fase da sua “vida fashion” em seu momento certo. Já fui tímida, já fui piriguetinha, já até ignorei a moda. Meu humor e personalidade sempre interferiram saudavelmente no meu armário, conforme a idade chegava, o armário se adaptava, com isso, vivi – e vivo – cada fase.
Não estou dizendo que devemos obedecer um dresscode de cada idade, até porque ele não existe. Podemos ter um armário ora mais maduro, ora mais juvenil. Radicalismos nunca são bem-vindos, mas doses de bom senso não fazem mal a ninguém.

Mas uma coisa que ando observando, seja na vida real ou até em blogs, como algumas meninas de 18, 20 anos parecem ser muito mais velhas do que realmente são. O rosto pueril continua lá, mas mascarado por roupas tão pesadas (densas, maduras, pra não dizer artificiais) que em nada condizem com o RG impresso.
Confesso que acho um pouco triste como algumas meninas abdicam de todo o frescor da idade em detrimento à moda vigente. Geralmente, essa obediência aos looks do dia, não só deixam as pessoas padronizadas, como também envelhecidas.
Isso tudo também pode ser fruto da busca da tal da elegância, do “se vestir bem”, da impecabilidade, isso é errado? De forma alguma, mas pode-se pagar um preço caro (mas caro que uma it bag) pela leveza que tal idade sugere.
Com 20 anos eu usava sainha jeans (ai como eu podia), top de paetê, pernas e braços de fora (gente, valorizem seus braços finos). E isso acontecia com todas da minha geração, pois víamos de referência na vitrine da Espaço Fashion e da Farm e era bem simpático. Hoje, vemos na vitrine dos blogs a busca em ser como aquelas moças dos street styles mudo afora a além.
Ser madura, em hipótese alguma significa abandonar sua jovialidade em busca da saia rodada perfeita, a consciência é necessária, mas porque abdicar dos seus 20 e poucos anos? Eles não voltam.
Esse texto pode parecer louco, vocês podem discordar, mas o que eu vejo de gente com carinha de 20 e armário de 38 não tá no gibi. Será que jovens meninas se arrependerão de usar tal moda? Até onde vai essa obrigação de usar calça vermelha ou saia plissada? Não sei.
Como disse mês passado no twitter, prefiro uma piriguete honesta do que meninas travestidas de jovens senhoUras. Muitas meninas (ops, mulheres) concordaram e também notaram essa “tendência”. E coincidentemente, na semana passada, a editora do moda da Elle, Susana Barbosa (já entrevistei-a aqui), soltou esse tweet que resumiu o que pensamos

Acho que na realidade, toda essa reflexão esbarra naquela questão até onde a moda nos diverte, até onde ela nos obriga a seguir tal padrão. Blogs facilitaram nossa vida-fashion, mas ao mesmo tempo nos deixaram acomodadas, pois é muito fácil saber a tendência tal, ir lá e pronto. Quem é mais madura, sabe discernir, mas as mais novas sofrem para caberem em padrões estipulados. Poder ser bom, mas geralmente não é.
Isso é apenas um pensamento aleatório, mas quando vi que muitas outras pessoas pensam igual, virou post. Mas os comentários estão aí para estendermos à novas reflexões.

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